Arte em Família

O meu gosto pelo teatro foi me herdado pelos meus antepassados. Na minha família já existiram e continuam a existir grandes amadores de teatro.


Apesar de ter uma enorme ligação com Tavarede e com Sociedade Instrução Tavaredense, não esqueço de onde vem as minhas raízes. Sou natural da Freguesia de Alhadas, bem como quase toda a minha família.


Tanto os meus bisavós, António Augusto Mendes e Teresa Oliveira Freitas como os meus avós maternos, Manuel Augusto Quadros Mendes e Helena Freitas Simões foram amadores do Ateneu Alhadense.
Amadores de grande talento e protagonistas de grandes sucessos, os meus avós e bisavós pisaram o palco inúmeras vezes. Os meus avós, chegaram mesmo a casar em cena muito antes de pensarem alguma vez que algum dia iriam namorar e mesmo casar. O meu avô, dotado de uma voz de tenor enchia plateias e arrebatava aplausos.
Eram tempos diferentes…tempos em que ir ao teatro fazia parte os serões de muitas famílias. As salas estavam sempre cheias de público, ir ao teatro era “obrigatório”.

Foi lá também que a minha mãe, Lena Mendes, ainda solteira começou e aprendeu muito do que sabe, primeiro ensaiada pelo meu próprio avô, Manuel Mendes, e depois pelo Sr. José Santos.
Desde pequena, já era notória a sua aptidão para as artes do espectáculo, mas os tempos eram outros…e uma carreira artística era uma coisa impensável!

Na última peça que representou no Ateneu, num encontro de teatro entre o Ateneu Alhadense e a Sociedade de Instrução Tavaredense, foi elogiada num jornal da terra:

“…A colaboração do Ateneu termina com um quadro representado pela distinta amadora Helena – veterana nestas andança teatrais e que demonstra o seu real valor numa mensagem em que descreve com muita força e alguma emoção o valor das padeiras das Alhadas…”
In Figueirense, 2 de Novembro de 2001

Agora faz parte, tal como eu e o meu pai, do grupo cénico da Sociedade Instrução Tavaredense.
Com uma família tão ligada às artes, era impossível não ter descoberto este mundo, aliás os meus primeiros espectáculos foram feitos em casa, as noites de Natal eram todos os anos preenchidas com grandes estreias, escritas, ensaiadas e encenadas pelos 3 erres, Raquel, Rodrigo e Rui…
Não havia lugar para falha, tudo era ensaiado com o mínimo detalhe…

Uma coisa tenho a certeza, quando me é proposto alguma coisa, faço tudo o que está ao meu alcance para a concretizar da melhor forma, dando sempre o meu melhor. Agora resta-me continuar a aprender, para melhorar cada vez mais…
Defendo a SIT por "amor à camisola", e lá quero continuar por muitos anos...

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